Vejo no consultório, e fora dele principalmente, uma confusão muito grande entre os nomes e os papéis das profissões que se dedicam ao cuidado psi (quando usar esse termo estarei falando de questões relativas à psiquê). Psicólogos, psiquiatras, psicanalistas e psicoterapeutas estão entre as denominações de profissões que se ocupam da mesma questão, mas de maneiras diferentes. Tento aqui defini-los, esclarecendo melhor a prática de cada um, com o objetivo de que as pessoas que precisam, de posse dessas informações, possam escolher o melhor caminho para suas necessidades. Coloco que é uma tentativa porque, em pelo menos um dos termos, a situação se torna mais complicada. Claro que o espaço está aberto para contestações e contribuições.
Começando pelos psicólogos, categoria em que me enquadro. Esses profissionais são formados na faculdade de psicologia de onde saem com esse título e aptos a praticarem atendimentos psicológicos. O trabalho foca nas questões existenciais e mexe com as estruturas psíquicas do sujeito. Só que a psicologia abrange diversas linhas teóricas, caminhos que fundamentam a prática da psicologia clínica. Essas linhas apresentam cada uma seus pressupostos filosóficos, imprimindo em sua prática, uma visão de homem e de mundo, se diferenciando na forma de atendimento e, algumas vezes, nos objetivos. (não entrando no mérito das interferências que podem haver por parte do psicólogo quando não compreende, exatamente, o que propõe sua linha teórica)
Só que na universidade parece não haver tempo hábil, nem espaço - não discutindo sobre a função da instituição - para um aprofundamento grande nas teorias, às vezes, nem a apresentação de todas. Então, depois da formatura os psicólogos procuram as formações, especializações ou grupos de estudos para exercerem na clínica atendimentos baseados em: Gestalt-terapia, Existencialismo, Psicanálise, Terapia Cognitivo-Comportamental, Esquizoanálise, entre outros, tornando-se, então, gestalt-terapeutas, existencialistas, psicanalistas, etc...Cada psicólogo busca o caminho que mais se identifica e se interessa, consonante com sua visão de mundo.
Já o psiquiatra é um profissional formado na faculdade de medicina, da qual sai com o título de médico generalista, ou seja, sem nenhuma especialidade. Quando conclui a faculdade é que procuram suas especializações, que depois de cumprida em curso ou em residência, ganham novo título, sendo uma das possibilidades, o de psiquiatria. Esse profissional só possui, na maioria das vezes, conhecimentos sobre sintomas, seus diagnósticos correlatos e, ato contínuo, quais drogas se aplicam a cada caso.
Dessa maneira, a orientação do psiquiatra é baseada em investigar qual é a doença através dos sintomas que se apresentam e receitar o fármaco adequado para o tratamento. Portanto, não há no percurso deste especialista um preparo teórico consistente no que tange às questões psíquicas. Por isso, diversos profissionais buscam de por essa formação que lhes falta. Na maioria das vezes os psiquiatras se interessam pela formação em psicanálise e acumulam as duas funções, sendo que alguns se reservam, acertadamente a meu ver, a prudência de ocupar somente uma delas com cada paciente. Se receitam remédio indicam o acompanhamento psicológico para outro profissional e vice-versa.
Começando pelos psicólogos, categoria em que me enquadro. Esses profissionais são formados na faculdade de psicologia de onde saem com esse título e aptos a praticarem atendimentos psicológicos. O trabalho foca nas questões existenciais e mexe com as estruturas psíquicas do sujeito. Só que a psicologia abrange diversas linhas teóricas, caminhos que fundamentam a prática da psicologia clínica. Essas linhas apresentam cada uma seus pressupostos filosóficos, imprimindo em sua prática, uma visão de homem e de mundo, se diferenciando na forma de atendimento e, algumas vezes, nos objetivos. (não entrando no mérito das interferências que podem haver por parte do psicólogo quando não compreende, exatamente, o que propõe sua linha teórica)
Só que na universidade parece não haver tempo hábil, nem espaço - não discutindo sobre a função da instituição - para um aprofundamento grande nas teorias, às vezes, nem a apresentação de todas. Então, depois da formatura os psicólogos procuram as formações, especializações ou grupos de estudos para exercerem na clínica atendimentos baseados em: Gestalt-terapia, Existencialismo, Psicanálise, Terapia Cognitivo-Comportamental, Esquizoanálise, entre outros, tornando-se, então, gestalt-terapeutas, existencialistas, psicanalistas, etc...Cada psicólogo busca o caminho que mais se identifica e se interessa, consonante com sua visão de mundo.
Já o psiquiatra é um profissional formado na faculdade de medicina, da qual sai com o título de médico generalista, ou seja, sem nenhuma especialidade. Quando conclui a faculdade é que procuram suas especializações, que depois de cumprida em curso ou em residência, ganham novo título, sendo uma das possibilidades, o de psiquiatria. Esse profissional só possui, na maioria das vezes, conhecimentos sobre sintomas, seus diagnósticos correlatos e, ato contínuo, quais drogas se aplicam a cada caso.
Dessa maneira, a orientação do psiquiatra é baseada em investigar qual é a doença através dos sintomas que se apresentam e receitar o fármaco adequado para o tratamento. Portanto, não há no percurso deste especialista um preparo teórico consistente no que tange às questões psíquicas. Por isso, diversos profissionais buscam de por essa formação que lhes falta. Na maioria das vezes os psiquiatras se interessam pela formação em psicanálise e acumulam as duas funções, sendo que alguns se reservam, acertadamente a meu ver, a prudência de ocupar somente uma delas com cada paciente. Se receitam remédio indicam o acompanhamento psicológico para outro profissional e vice-versa.
Chegamos, então, aos psicanalistas, tema mais complexo de todos os citados. Como coloquei no parágrafo anterior, psiquiatras podem ser também psicanalistas, portanto, concluí-se que não precisa ser psicólogo para ter esse título. Algumas formações aceitam até mesmo outras pessoas que não tem formação psi alguma, mas a maioria não o faz. Isso ocorre porque nas formações que seguem a risca o que propõe esta linha, há um percurso teórico de quatro anos e em paralelo o aluno deve participar de supervisões e fazer sua própria análise. Esse modelo responde pelo tripé que a psicanálise propõe como caminho para a formação de seus analistas.
Falei que esse item era complexo porque já ouvi, mais de uma vez, que a psicanálise não se enquadraria na psicologia. Segundo essas afirmações, eles se propõe a fazer algo diferente da prática psicológica. Nesse ponto, não se colocam como uma das linhas da psicologia e parecem ser algo a parte. Não entrarei no mérito dessa discussão, mas achei importante trazê-la à cena porque também há essa dúvida por parte de quem nos procura sobre a diferença entre psicologia e psicanálise. Essencialmente, psicanalistas são oriundos de formações de psicanálise e já possuem outros títulos, em sua maioria, de psiquiatria e psicologia. Ainda assim é possível serem de outras áreas também.
Por fim, chegamos ao psicoterapeuta, que muitas vezes se assemelha ao que chamamos de psicólogo. O prefixo “psico” indica que, nesse caso, falamos de um profissional que trabalha as questões psicológicas, de onde concluímos que deveria ser um termo usado somente por profissionais psi. Só que aqui reside um problema, descobri esses dias numa consulta ao Conselho Regional de Psicologia (CRP-RJ) que esse termo não tem regulamentação alguma, portanto, qualquer pessoa pode utilizá-lo. Então, alguém que se diz psicoterapeuta pode não ter formação nenhuma para atuar nas questões psicológicas. Esse termo se aproxima de outro muito usado também: terapeuta. Este último também pode ser usado sem nenhum balizamento.
Espero ter conseguido deixar claro essas diferenças principalmente para as pessoas que não são da área. Esse conhecimento pode auxiliar no momento de procurar um profissional que lida com demandas psicológicas, já que, de posse dessas informações o interessado pode escolher o caminho que lhe for mais útil, o que faria mais sentido naquele momento. Na medida em que aposto na sabedoria do sujeito para procurar a melhor ajuda para cuidar das suas questões, entendo que a opção medicamentosa, o atendimento psicológico ou a associação das duas, são possibilidades que se apresentam. E o que precisa ficar claro é o que a formação do profissional escolhido pode oferecer e onde há o limite da mesma, para que o cliente saiba exatamente o que está contratando.
Gostei muito do texto, conseguiu apresentar de forma clara e resumida as diferenças entre as profissões que se dedicam a cuidar das causas psis. Estas informações fazem falta em nosso meio, principalmente para a população que não sabe a qual profissonal recorrer.
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